quarta-feira, 13 de julho de 2016

A elite burguesa brasileira



A elite burguesa brasileira:

Dentro de um sistema de poder democrático a palavra elite diz respeito a um grupo minoritário que exerce a dominação política sobre a maioria da população dentro de um determinado período histórico. Numa sociedade elitista o sistema político é baseado no favorecimento de membros de uma minoria que faz parte de uma oligarquia. A elite exerce o seu poder de construção ideológica, direção política e formação da opinião pública. As elites são caracterizadas pela prosperidade social, pelo desempenho de funções sociais específicas, pela formação educacional e cultural diferenciada e pela adoção de rituais, condutas e estilos próprios.
Dentro de uma sociedade capitalista como a nossa, a elite pertence à classe social burguesa que controla o processo econômico e político e é proprietária dos meios e capacidades de organizar a produção capitalista. A burguesia se apropria e negocia as mercadorias produzidas pelos trabalhadores, que em troca recebem um salário, que é pago de acordo com a qualificação profissional do trabalhador. A classe dos trabalhadores passa a constituir o proletariado.
Os conflitos sociais acontecem quando o proletariado, formado pela maioria da população, passa a questionar a liderança exercida pela elite burguesa e descobre que não precisa mais do gerenciamento da elite burguesa para a continuação do desenvolvimento técnico e social, enquanto que a elite tenta, por meios oficiais ou não, manter o seu poder e o controle da sociedade. A antiga elite burguesa exploradora corre assim o perigo de ser deposta, através de uma revolução social, e uma nova classe de dirigentes toma o seu lugar.
Não é possível entender a política brasileira sem antes fazer um estudo das suas elites, uma vez que são elas que controlam a política no Brasil. A elite brasileira é aliada do Capitalismo Internacional, uma vez que os seus negócios estão ligados e, muitas vezes dependem, dos investidores estrangeiros.
As elites brasileiras atuais têm a sua principal origem histórica na oligarquia rural da época do Império do Brasil. As atividades agropecuárias no campo, principalmente o cultivo da cana de açúcar no Nordeste, o cultivo do café na região Sudeste e a criação de gado no sul do Brasil, permitiram a acumulação de capitais que foram levados para as principais cidades do país, onde uma classe média já estava se formando. Nestas cidades, durante a época da Primeira República, começou a haver um processo de industrialização e de substituição das importações, com o surgimento de uma classe de trabalhadores assalariados que passou a constituir o proletariado.
A elite brasileira sente medo do voto democrático, uma vez que as classes populares podem se apoderar da máquina estatal através do voto. Por isso, procuram de todas as maneiras influenciar a opinião pública e colocar os seus representantes dentro da máquina estatal. Estes representantes da elite brasileira são aqueles políticos que lutam pelos direitos e pela defesa das leis que interessam a esta elite.
O controle da opinião pública no Brasil é feito pela mídia televisiva, pela Internet, pelo rádio e pela mídia impressa. Todos estes meios de comunicação são controlados por empresários que defendem a ideologia capitalista, adotada pelas elites brasileiras. Outro meio de controle social são as igrejas e os templos religiosos, que procuram difundir uma doutrina para enquadrar as classes populares dentro do atual sistema capitalista.

No Brasil existe atualmente uma luta de classes intensa entre as elites e as classes populares pelo controle da máquina estatal. As elites possuem seus negócios para defender e é claro que não vão deixar as classes populares se apoderarem do Governo e da sua máquina estatal, uma vez que dependem do Governo para exercer um controle sobre estas classes populares.
Muitos dos empresários e investidores que fazem parte da atual elite brasileira não moram e nem conhecem direito o país em que nasceram, preferindo residir nos países mais adiantados, onde a qualidade de vida é melhor. Os maiores investidores e empresários brasileiros fazem parte de uma elite que explora e controla o trabalho das classes populares e, portanto não tem interesse de ver estas pessoas melhorarem de vida. Infelizmente, para eles, quanto mais atrasada e massacrada for a população melhor será, uma vez que assim eles podem melhor explorar esta população!
Enquanto isso, as classes populares procuram de todas as formas sobreviver e defender os seus interesses, usando para isto os poucos recursos que lhes restam e os espaços que conseguiram penosamente conquistar em frente à grande e poderosa pressão que as elites exercem sobre a população. Esta luta de classes é uma novela que se arrasta deste quando Portugal deixou de exercer o controle sobre esta sua antiga colônia, e o Governo passou a ser controlado pelas elites nativas oriundas da aristocracia rural brasileira.