A
elite burguesa brasileira:
Dentro
de um sistema de poder democrático a palavra elite diz respeito a um grupo
minoritário que exerce a dominação política sobre a maioria da população dentro
de um determinado período histórico. Numa sociedade elitista o sistema político
é baseado no favorecimento de membros de uma minoria que faz parte de uma
oligarquia. A elite exerce o seu poder de construção ideológica, direção
política e formação da opinião pública. As elites são caracterizadas pela
prosperidade social, pelo desempenho de funções sociais específicas, pela
formação educacional e cultural diferenciada e pela adoção de rituais, condutas
e estilos próprios.
Dentro
de uma sociedade capitalista como a nossa, a elite pertence à classe social
burguesa que controla o processo econômico e político e é proprietária dos
meios e capacidades de organizar a produção capitalista. A burguesia se
apropria e negocia as mercadorias produzidas pelos trabalhadores, que em troca
recebem um salário, que é pago de acordo com a qualificação profissional do
trabalhador. A classe dos trabalhadores passa a constituir o proletariado.
Os
conflitos sociais acontecem quando o proletariado, formado pela maioria da
população, passa a questionar a liderança exercida pela elite burguesa e
descobre que não precisa mais do gerenciamento da elite burguesa para a continuação
do desenvolvimento técnico e social, enquanto que a elite tenta, por meios
oficiais ou não, manter o seu poder e o controle da sociedade. A antiga elite
burguesa exploradora corre assim o perigo de ser deposta, através de uma
revolução social, e uma nova classe de dirigentes toma o seu lugar.
Não é
possível entender a política brasileira sem antes fazer um estudo das suas
elites, uma vez que são elas que controlam a política no Brasil. A elite
brasileira é aliada do Capitalismo Internacional, uma vez que os seus negócios
estão ligados e, muitas vezes dependem, dos investidores estrangeiros.
As
elites brasileiras atuais têm a sua principal origem histórica na oligarquia
rural da época do Império do Brasil. As atividades agropecuárias no campo,
principalmente o cultivo da cana de açúcar no Nordeste, o cultivo do café na
região Sudeste e a criação de gado no sul do Brasil, permitiram a acumulação de
capitais que foram levados para as principais cidades do país, onde uma classe
média já estava se formando. Nestas cidades, durante a época da Primeira
República, começou a haver um processo de industrialização e de substituição
das importações, com o surgimento de uma classe de trabalhadores assalariados
que passou a constituir o proletariado.
A elite
brasileira sente medo do voto democrático, uma vez que as classes populares
podem se apoderar da máquina estatal através do voto. Por isso, procuram de
todas as maneiras influenciar a opinião pública e colocar os seus
representantes dentro da máquina estatal. Estes representantes da elite
brasileira são aqueles políticos que lutam pelos direitos e pela defesa das
leis que interessam a esta elite.
O
controle da opinião pública no Brasil é feito pela mídia televisiva, pela
Internet, pelo rádio e pela mídia impressa. Todos estes meios de comunicação
são controlados por empresários que defendem a ideologia capitalista, adotada
pelas elites brasileiras. Outro meio de controle social são as igrejas e os
templos religiosos, que procuram difundir uma doutrina para enquadrar as classes
populares dentro do atual sistema capitalista.
No
Brasil existe atualmente uma luta de classes intensa entre as elites e as
classes populares pelo controle da máquina estatal. As elites possuem seus
negócios para defender e é claro que não vão deixar as classes populares se
apoderarem do Governo e da sua máquina estatal, uma vez que dependem do Governo
para exercer um controle sobre estas classes populares.
Muitos
dos empresários e investidores que fazem parte da atual elite brasileira não
moram e nem conhecem direito o país em que nasceram, preferindo residir nos
países mais adiantados, onde a qualidade de vida é melhor. Os maiores
investidores e empresários brasileiros fazem parte de uma elite que explora e
controla o trabalho das classes populares e, portanto não tem interesse de ver
estas pessoas melhorarem de vida. Infelizmente, para eles, quanto mais atrasada
e massacrada for a população melhor será, uma vez que assim eles podem melhor
explorar esta população!
Enquanto
isso, as classes populares procuram de todas as formas sobreviver e defender os
seus interesses, usando para isto os poucos recursos que lhes restam e os
espaços que conseguiram penosamente conquistar em frente à grande e poderosa
pressão que as elites exercem sobre a população. Esta luta de classes é uma
novela que se arrasta deste quando Portugal deixou de exercer o controle sobre
esta sua antiga colônia, e o Governo passou a ser controlado pelas elites
nativas oriundas da aristocracia rural brasileira.